Pão Diário

segunda-feira, 13 de julho de 2015

A ALIANÇA DA GRAÇA

Pode o conhecimento da Lei  causar-nos   danos  psíquicos,   e produzir culpa e um  sentimento  de   condenação  prejudicial para toda a vida?  Penso que sim, se tudo que ouvíssemos fosse a Lei, e  jamais ouvíssemos falar de Jesus Cristo, o cumprimento dela.     E importante lembrar que, desde que o pecado entrou no mundo através de Adão e Eva, existe  a  promessa  do  descendente aquele que viria esmagar a cabeça de  Satanás  e  livrar  os homens do pecado.   Antes  da  Lei,   a  Aliança  Abrâmica  já prometia um Salvador - o Senhor Jesus Cristo.    Assim, ao transmitirmos aos homens os  requisitos  santos   e justos da Lei, devemos sempre falar sobre o meio de fuga,   a graça de Deus que pertence a todo homem  mediante  a  fé  no Senhor Jesus Cristo. Examinemos pela ultima vez a Lei antes de passarmos  a  Nova Aliança. A Lei, como já vimos,   serviu  a  dois  propósitos: revelar e restringir o pecado do homem. Vendo  claramente  o seu pecado, enxergaria   a  necessidade  de  um  Salvador.  A restrição ao pecado serviu para manter os judeus - e  nos  - livres da contaminação dos vícios do ofendo. Fechados em suas restrições, os homens estavam livres de problemas. Foi esta a razão de eu tê-lo feito andar pelas ruas da morte deste mundo, sentir o  seu  cheiro  fétido  e  ver  os  seus resultados. Queria que ficasse  convencido  da  validade  da Lei, para que a ensinasse a seus filhos  e  os  livrasse  da contaminação do mundo. Quero que saiba disso, para  que  não seja "presa sua, por meio de   filosofias  e  vãs  sutilezas, segundo a tradição dos  homens,   segundo  os  rudimentos  do mundo" (Colossenses 2.8). Quero que veja a lei de  modo  que vá ao mundo pregar todo o conselho de Deus,   que   inclui  as três alianças. Não deixe a Lei de fora!

quarta-feira, 8 de julho de 2015

APOSTASIA
(η αποστασια, he apostasía, “um desvio de”): ou seja, uma queda, uma retirada, uma deserção. Não encontrado nas versões da Bíblia em Inglês, mas utilizado duas vezes no Novo Testamento, no grego original, para exprimir o abandono da fé. Paulo foi falsamente acusado de ensinar os judeus uma apostasia contra Moisés (Atos 21:21), ele previu a grande apostasia do cristianismo, anunciada por Jesus (Mateus 24:10-12), o que precederia o “dia do Senhor” (2 Tessalonicenses 2:2) . Apostasia, não no nome, mas na verdade, possui uma reprovarão mordaz na epístola de Judas, por exemplo, a apostasia dos anjos (Judas 1:6). Anunciada, com advertências, como certeza de que abundam nos últimos dias (1 Timóteo 4:1-3; 2 Tessalonicenses 2: 3; 2 Pedro 3:17). Causas da: perseguição (Mateus 24:9, 10); falsos professores (Mateus 24:11); tentação (Lucas 8:13); secularismo mundano (2Timóteo 4:4); defeituoso conhecimento de Cristo (1 João 2:19); colapso moral (Hebreus 6:4-6); abandono da adoração e vida espiritual (Hebreus 10:25-31); incredulidade (Hebreus 3:12). Exemplos Bíblicos: Saul (1 Samuel 15:11); Amazias (2Crônicas 25:14, 27); muitos discípulos (João 6:66); Himeneus e Alexandre (1 Timóteo 1:19, 1Timóteo 1:20); Demas (2 Timóteo 4:10). Para mais ver ilustrações nesse caso Deuteronômio 13: 13; Zacarias 1 :4-6; Gálatas 5: 4; 2 Pedro 2: 20, 21.

“Abandono de Yahweh” era a característica do retorno ao pecado do povo eleito, sobretudo no seu contacto com as idólatras nações. É constituído seu supremo perigo nacional. A tendência apareceu em seus primeiros dias na história, como visto em abundância de avisos e proibições das leis de Moisés (Êxodo 20:3, 4, 23; 6:14; Deuteronômio 11:16). As consequências da temerosa apostasia religiosa e moral aparecem nas maldições pronunciadas contra este pecado, no monte Ebal, pelos representantes de seis das tribos de Israel, eleitos por Moisés (Deuteronômio 27:13-26; 28:15-68). Então exausto estava o coração de Israel, mesmo nos anos imediatamente seguintes à emancipação nacional, no deserto, que Josué achou necessário voltar a promessa de toda a nação para um novo voto de fidelidade a Yahweh e à sua aliança original antes de serem autorizados a entrar na Terra Prometida (Josué 24:1-28). Infidelidade a este pacto eliminaria as perspectivas da nação do crescimento durante a época dos juízes (Juízes 2:11-15; 10:6, 10:10, 10:13; 1 Samuel 12:10). Foi a causa prolífica e cada vez mais má, cívica e moral, desde os dias de Salomão até o cativeiro Assírio e Babilônico. Muitos dos reis do reino apostada dividido, levando as pessoas, como no caso de Roboão, para as formas asquerosas de idolatria e imoralidade (1 Reis 14 :22-24; 2 Crônicas 12:1).

Conspícuos exemplos de tais apostasias régias são de Jeroboão (1 Reis 12:28-32); Acabe (1 Reis 16:30-33); Acazias (1 Reis 22:51-53); Jeorão (2 Crônicas 21:6, 10, 21:12-15); Acaz (2 Crônicas 28:1-4); Manassés (2 Crônicas 33:1-9); Amom (2 Crônicas 33:22). Ver IDOLATRIA. A profecia surgiu como um imperativo Divino para protestar contras com esta tendência histórica de deserção da religião de Yahweh.

No grego clássico, apostasia significava revolta de um comandante militar. Na Igreja Católica Romana, denota abandono das ordens religiosas; renúncia da autoridade eclesiástica; defecção da fé. As perseguições dos primeiros séculos cristãos obrigaram muitos a negar o discipulado cristão para manifestar a sua apostasia, oferecendo incenso a uma divindade pagã e blasfemar o nome de Cristo. O imperador Juliano, que provavelmente nunca abraçou verdadeiramente a fé cristã, é conhecido na história como “o apóstata”, tendo renunciado cristianismo pelo paganismo logo após a sua adesão ao trono.

Um apóstata da defecção da fé pode ser intelectual, como no caso de Ernst Haeckel, que, devido à sua filosofia materialista, publica e formalmente renunciou o Cristianismo e a Igreja, ou ele pode ser moral e espiritual, como aconteceu com Judas, que, pela imunda ganância traiu seu Senhor. Ver artigos exaustivos sobre a “apostasia”, na Enciclopédia Judaica.


Fonte: International Standard Bible Encyclopedia

terça-feira, 7 de julho de 2015

Cada crente deve ser agradecido a Deus. A salvação é pela graça, tanto no planejar quanto no executar. Deus que fez o plano, também o executa. E tudo é pela graça, o favor imerecido de Deus. Deus é o arquiteto e também o construtor da casa feita de pedras vivas. Cristo disse: "Eu edificarei a minha igreja". Se pudermos mudar a figura de linguagem; Deus prepara a mesa e nos dá o apetite para dela comermos do pão da vida. O Espírito Santo enche a casa do Pai convidando-os a entrar. Esta coerção não é externa, de modo a não interferir no livre arbítrio do homem, mas uma compulsão interna pela qual o pecador se torna disposto. E esta prontidão é resultado da convicção dos seus pecados pelo Espírito Santo, e uma revelação de Cristo, no pecador, como Senhor e Salvador. Em outras palavras os homens crêem pela graça. Quando Apolo chegou a Acaia, trazendo cartas de recomendação aos apóstolos, diz-se que "aproveitou muito aos que pela graça criam". Atos 18:27.
Um homem, certa vez, referiu-se a si mesmo como tendo sido feito por si próprio. Um ouvinte comentou: "É bom que confesse tal fato. A maioria acusaria sua a má sorte, ou a sua esposa, ou mesmo o criador". É fácil e natural, o homem louvar-se a si mesmo. Mas todo crente é produto da graça. Paulo, como crente, alegrava-se em dizer: "Mas pela graça de Deus sou o que sou". 1 Coríntios 15:10. Numa obra de graça, o Espírito Santo, pelo poder de convicção das Escrituras, dá ao pecador uma visão de si mesmo, e em seguida, livra o pecador da frustração resultante, ao lhe dar uma visão de Cristo, através da luz do evangelho. Um velho Puritano certa vez clamou: "Ó, onde estaria eu, se não tivesse olhado para Cristo?"

sábado, 4 de julho de 2015

Jerônimo Savonarola

Precursor da Grande Reforma

(1452-1498)

O povo de toda a Itália afluía, em número sempre cres­cente, a Florença. A famosa Duomo não mais comportava as enormes multidões. O pregador, Jerônimo Savonarola, abrasado com o fogo do Espírito Santo e sentindo a imi­nência do julgamento de Deus, trovejava contra o vício, o crime e a corrupção desenfreada na própria igreja. O povo abandonou a leitura das publicações torpes e mundanas, para ler os sermões do ardente pregador: deixou os cânticos das ruas, para cantar os hinos de Deus. Em Florença, as crianças fizeram procissões, coletando as máscaras carna­valescas, os livros obscenos e todos os objetos supérfluos que serviam à vaidade. Com isso formaram em praça pública uma pirâmide de vinte metros de altura e atea­ram-lhe fogo. Enquanto o monte ardia, o povo cantava hi­nos e os sinos da cidade dobravam em sinal de vitória.
Se o ambiente político fosse o mesmo que depois veio a ser na Alemanha, o intrépido e devoto Jerônimo Savonaro­la teria sido o instrumento usado para iniciar a Grande Reforma, em vez de Martinho Lutero. Apesar de tudo, Savonarola tornou-se um dos ousados e fiéis arautos para con­duzir o povo à fonte pura e às verdades apostólicas regis­tradas nas Sagradas Escrituras.
Jerônimo era o terceiro dos sete filhos da família. Nas­ceu de pais cultos e mundanos, mas de grande influência. Seu avô paterno era um famoso médico na corte do duque de Ferrara e os pais de Jerônimo planejavam que o filho ocupasse o lugar do avô. No colégio, era aluno esmerado. Mas os estudos da filosofia de Platão e de Aristóteles, dei­xaram-lhe a alma sequiosa. Foram, sem dúvida, os escritos de Tomaz de Aquino que mais o influenciaram (a não ser as próprias Escrituras) a entregar inteiramente o coração e a vida a Deus. Quando ainda menino, tinha o costume de orar e, ao crescer, o seu ardor em orar e jejuar aumentou. Passava horas seguidas em oração. A decadência da igreja, cheia de toda a qualidade de vício e pecado, o luxo e a os­tentação dos ricos em contraste com a profunda pobreza dos pobres, magoavam-lhe o coração. Passava muito tem­po sozinho, nos campos e à beira do rio Pó, em contempla­ção perante Deus, ora cantando, ora chorando, conforme os sentimentos que lhe ardiam no peito. Quando ainda jo­vem, Deus começou a falar-lhe em visões. A oração era a sua grande consolação; os degraus do altar, onde se prostrava horas a fio, ficavam repetidamente molhados de suas lágrimas.
Houve um tempo em que Jerônimo começou a namorar certa moça florentina. Mas quando ela mostrou ser despre­zo alguém da sua orgulhosa família Strozzi, unir-se a al­guém da família de Savonarola, Jerônimo abandonou para sempre a idéia de casar-se. Voltou a orar com crescente ar­dor. Enojado do mundo, desapontado acerca dos seus pró­prios anelos, sem achar uma pessoa compassiva a quem pudesse pedir conselhos, e cansado de presenciar injusti­ças e perversidades que o cercavam, coisas que não podia remediar, resolveu abraçar a vida monástica.
Ao apresentar-se no convento, não pediu o privilégio de se tornar monge, mas rogou que o aceitassem para fazer os serviços mais vis, da cozinha, da horta e do mosteiro.Na vida do claustro, Savonarola passava ainda mais tempo em oração, jejum e contemplação perante Deus. Sobrepujava todos os outros monges em humildade, since­ridade e obediência, sendo apontado para lecionar filoso­fia, posição que ocupou até sair do convento.
Depois de passar sete anos no mosteiro de Bolongna, frei (irmão) Jerônimo foi para o convento de São Marcos, em Florença. Grande foi o seu desapontamento ao ver que o povo florentino era tão depravado como o dos demais lu­gares. (Até então ainda não reconhecia que somente a fé em Deus salva o pecador.)
Ao completar um ano no convento de São Marcos, foi apontado instrutor dos noviciados e, por fim, designado pregador do mosteiro. Apesar de ter ao seu dispor uma ex­celente biblioteca, Savonarola utilizava-se mais e mais da Bíblia como seu livro de instrução.
Sentia cada vez mais o terror e a vingança do Dia do Senhor que se aproxima e, às vezes, entregava-se a trovejar do púlpito contra a impiedade do povo. Eram tão poucos os que assistiam às suas pregações, que Savonarola resol­veu dedicar-se inteiramente à instrução dos noviciados. Contudo, como Moisés, não podia escapar à chamada de Deus!
Certo dia, ao dirigir-se a uma feira, viu, repentinamen­te, em visão, os céus abertos e passando perante seus olhos todas as calamidades que sobrevirão à igreja. Então lhe pareceu ouvir uma voz do Céu ordenando-lhe anunciar es­tas coisas ao povo.
Convicto de que a visão era do Senhor, começou nova­mente a pregar com voz de trovão. Sob a nova unção do Espírito Santo a sua condenação ao pecado era feita com tanto ímpeto, que muitos dos ouvintes depois andavam atordoados sem falar, nas ruas. Era coisa comum, durante seus sermões, homens e mulheres de todas as idades e de todas as classes romperem em veemente choro.
O ardor de Savonarola na oração aumentava dia após dia e sua fé crescia na mesma proporção. Freqüentemente, ao orar, caía em êxtase. Certa vez, enquanto sentado no púlpito, sobreveio-lhe uma visão, durante a qual ficou imóvel por cinco horas, quando o seu rosto brilhava, e os ouvintes na igreja o contemplavam.
Em toda a parte onde Savonarola pregava, seus ser­mões contra o pecado produziam profundo terror. Os ho­mens mais cultos começaram então a assistir às pregações em Florença; foi necessário realizar as reuniões na Duomo, famosa catedral, onde continuou a pregar durante oito anos. O povo se levantava à meia-noite e esperava na rua até a hora de abrir a catedral.
O corrupto regente de Florença, Lorenzo Medici, expe­rimentou todas as formas: a bajulação, as peitas, as amea­ças, e os rogos, para induzir Savonarola a desistir de pregar contra o pecado, e especialmente contra a perversidade do regente. Por fim, vendo que tudo era debalde, contratou o famoso pregador, Frei Mariano, para pregar contra Savo­narola. Frei Mariano pregou um sermão, mas o povo não prestou atenção à sua eloqüência e astúcia, e ele não ousou mais pregar.
Nessa altura, Savonarola profetizou que Lorenzo, o Papa e o rei de Nápoles morreriam dentro de um ano, e as­sim sucedeu.
Depois da morte de Lorenzo, Carlos VIII, da França, invadiu a Itália e a influência de Savonarola aumentou ainda mais. O povo abandonou a literatura torpe e munda­na para ler os sermões do famoso pregador. Os ricos socor­riam os pobres em vez de oprimi-los. Foi neste tempo que o povo fez a grande fogueira, na "piazza" de Florença e quei­mou grande quantidade de artigos usados para alimentar vícios e vaidade. Não cabia mais, na grande Duomo, o seu imenso auditório.
Contudo, o sucesso de Savonarola foi muito curto. O pregador foi ameaçado, excomungado e, por fim, no ano de 1498, por ordem do Papa, foi queimado em praça pública. Com as palavras: "O Senhor sofreu tanto por mim!", ter­minou a vida terrestre de um dos maiores e mais dedicados mártires de todos os tempos.

Apesar de ele continuar até a morte a sustentar muitos dos erros da Igreja Romana, ensinava que todos os que são realmente crentes estão na verdadeira Igreja. Alimentava continuamente a alma com a Palavra de Deus. As margens das páginas da sua Bíblia estão cheias de notas escritas en­quanto meditava nas Escrituras. Conhecia uma grande parte da Bíblia de cor e podia abrir o livro instantanea­mente e achar qualquer texto. Passava noites inteiras em oração e foram-lhe dadas revelações quando em êxtase, ou por visões. Seus livros sobre "A Humildade", "A Oração", "O Amor", etc., continuam a exercer grande influência sobre os homens. Destruíram o corpo desse precursor da Grande Reforma, mas não puderam apagar as verdades que Deus, por seu intermédio, gravou no coração do povo.
Orlando S. Boyer