Pão Diário

segunda-feira, 25 de março de 2013


Deus criou o homem, macho e fêmea, á sua própria imagem: isso é uma questão de fé. Durante séculos, nossos antepassados esforçaram-se para se aperfeiçoar á imagem de Deus: isso é uma questão histórica. Durante os longos séculos em que o Deus dos judeus e dos cristãos constituiu a realidade última do Ocidente, europeus e, mais tarde, americanos procuraram conscientemente nele se moldar. Acreditavam que conseguiriam transformar a si mesmos em cópias melhores do original divino, e empenharam-se diligentemente nessa tarefa. Imitatio Dei, a imitação de Deus, constituía categoria central da piedade hebraica.  A imitação de Cristo, Deus feito homem, era igualmente central para os cristãos.
Muita gente no Ocidente não acredita mais em Deus, mas a crença perdida, assim como uma fortuna perdida, tem efeitos duradouros. Um jovem que cresce na riqueza pode, quando atinge a maioridade, doar toda a sua fortuna e viver na pobreza. Seu caráter, porém, continuará sendo o de um homem criado na riqueza, uma vez que não pode livrar-se de sua história. De forma semelhante, séculos de rigorosa moldagem do caráter á imagem de Deus criou um ideal de caráter humano que ainda hoje é forte, mesmo que para muitos seus fundamentos tenham sido removidos. Quando ocidentais encontram uma cultura com ideais diferentes, quando dizemos , por exemplo: “Os japoneses são diferentes”, descobrimos, indiretamente, quão estranho e duradouro é nosso próprio ideal, a ideia que herdamos de como deve ser um ser humano. Em inúmeros aspectos externos, o Japão e o Ocidente passam a se parecer. Os japoneses comem carne vermelho; os ocidentais comem sushi. Os japoneses usam terno; o quimono passou a fazer parte do vocabulário ocidental. No entanto, persiste uma profunda diferença, pois o Japão usava um espelho religioso-cultural diferente durante os séculos em que o Deus da Bíblia serviu de espelho para o Ocidente. Este assunto sobre o homem procura colocar o espelho bíblico, limpo e polido, nas mãos de nossos alunos.
Para os nãos ocidentais, o conhecimento do Deus venerado no Ocidente abre uma via direta para o cerne e para a origem do ideal ocidental de caráter. Para os próprios ocidentais, um conhecimento aprofundado desse Deus pode servir para tornar conscientes e sofisticadas coisa que permanecem inconscientes e ingênuas. De certa forma, somos todos imigrantes do passado. E assim como um imigrante que retorna, depois de muitos anos, á terra onde nasceu pode enxergar seu próprio rosto no rosto de estranhos, assim também o homem ocidental moderno, secular, pode sentir um tremor de reconhecimento na presença do antigo protagonista da Bíblia.
Como pode um não crente chegar á presença de Deus? De geração em geração, o judaísmo e o cristianismo transmitiram seu conhecimento de Deus de diversas maneiras. Para poucos, existiram e ainda existem as exigentes e ás vezes esotéricas disciplinas do ascetismo, do misticismo e da teologia.
Os filósofos das crenças afirmam ás vezes que todos os deuses são projeções da personalidade humana, e pode ser que isso seja verdade. Mas nesse caso devemos ao menos reconhecer o fato empírico de que muitos seres humanos, ao invés de projetarem as suas personalidades em deuses criados inteiramente por eles próprios, preferem introjetar - imprimir em si próprios - as projeções religiosas de outras personalidades humanas.
É por isso que as crenças despertam tamanha fascinação, inveja e (ás vezes) raiva em escritores e críticos literários que se dedicam demais ao assunto. A religião - a religião ocidental em particular - pode ser considerada como uma obra literária mais bem sucedida do que qualquer autor ousaria sonhar. Qualquer personagem que “ganhe vida” numa obra de arte literária exerce algum grau de influência sobre as pessoas reais que leem essa obra. Dom Quixote, de Miguel de Cervantes, obra em que o personagem-título toma por modelo a literatura popular de sua época, t raça um retrato cômico e pungente desse processo em ação. Cervantes sem dúvida meditou sobre a influência que sua própria obra viria a Ter, e mostra o seu Dom Quixote “real” encontrando pessoas que conhecem um personagem literário com esse mesmo nome. Em nossos dias, milhões de pessoas misturam a vida real dos artistas de cinema com suas vidas fictícias, e atribuem a essa cominação uma importância maior do que a que concedem a qualquer ser humano real que de fato conheçam, sofrendo as melancólicas consequências dessa atitude. Sua carne é triste, sim, e elas assistiram a todos os filmes.
Nenhum personagem, porém - no palco, na página ou na tela, jamais teve o sucesso que Deus sempre teve. No Ocidente, Deus é mais que um nome familiar, ele é, queira-se ou não, um membro virtual da família ocidental. Pais que não querem saber dele não conseguem impedir que seus filhos viessem a conhecê-lo, pois não só todo mundo já ouviu falar dele, como todo mundo, mesmo hoje em dia, tem algo a dizer a seu respeito. O dramaturgo Neil Simon publicou há alguns anos uma comédia, God’s favorite, inspirada no Livro de Jó da Bíblia. Das pessoas que assistiram á peça, poucas haviam lido o livro bíblico, mas isso não era preciso: já sabiam como era Deus para poderem entender as piadas. Se nada for sério, nada será engraçado, escreveu Oscar Wilde. De onde veio à imagem de Deus que os espectadores da Broadway tinham em mento ao rirem da peça de Simon?
Veio inteiramente da Bíblia e, em termos mais especificamente humanos, daqueles que escreveram a Bíblia. Aos olhos da fé, a Bíblia não é só um conjunto de palavras sobre Deus, é também a Palavra de Deus: Ele é seu autor e seu protagonista. Não importa se os antigos autores da Bíblia inventaram Deus ou meramente registraram as revelações de Deus sobre si mesmo: sua obra atingiu, em termos literários, um estrondoso sucesso. Ela vem senso lida em voz alta, toda semana, há 2 mil anos, para plateias que recebem com total seriedade, procurando conscientemente  assimilar ao máximo a sua influência. Sob esse aspecto, não tem paralelos na literatura ocidental e provavelmente em nenhuma literatura. O Corão vem imediatamente á cabeça, mas os muçulmanos não consideram o Corão como literatura: essa obra ocupa, para eles, um nicho metafísico todo próprio. Os judeus e cristãos, ao contrário, mesmo reverenciando a Bíblia como algo mais que mera literatura, não nega que ela é também literária e concordam, em geral, que ela pode ser assim apreciada sem blasfêmia.
A apreciação religiosa da Bíblia coloca como foco central e explícito a bondade de Deus. Judeus e cristãos adoram Deus como origem de toda virtude, fonte de justiça, sabedoria, misericórdia, paciência, força e amor. Mas implícita e perifericamente foram se acostumando __ e depois, ao longo dos séculos, também se apegando __ a algo que podemos chamar de ansiedade de Deus. Deus é um amálgama de diversas personalidades num único personagem. A tensão entre essas personalidades faz com que Deus seja difícil, mas faz também que seja atraente, e até mesmo viciante. Ao emular conscientemente suas virtudes, o Ocidente assimilou de modo inconsciente essa tensão entre unidade e multiplicidade. No fim das contas, apesar do desejo que o ocidental ás vezes manifesta de um ideal humano mais simples, menos ansioso, mas “centrado”, as únicas pessoas que achamos satisfatoriamente reais são aquelas cujas identidades contêm diversas subi entidades aglomeradas num todo. Quando nós, ocidentais, procuramos nos conhecer pessoalmente, é isso que procuramos descobrir uns sobre os outros. Na cultura ocidental, a incongruência e o conflito interno não são apenas permitidos, chegam quase a ser exigidos. Pessoas meramente capazes de desempenhar vários papéis não correspondem a esse ideal. Elas têm personalidade __ ou repertório de personalidades __ mas não têm caráter. Pessoas simples sem complicações, que sabe claramente quem são e assumem um papel determinado sem relutar, também não correspondem a esse ideal. Podemos admirar sua paz interior, mas no Ocidente jamais as imitaremos. Centradas ou centradas demais, elas têm caráter, mas pouca personalidade. Entediam-nos como nós mesmos nos entediaríamos se fôssemos como elas.
Tornamos as coisas assim tão difíceis para nós mesmos porque nossos antepassados viam a si próprios como imagem de um Deus que, na verdade, havia complicado as coisas para si de maneira semelhante. O monoteísmo reconhece um único Deus: “Ouvi, ó Israel, o Senhor é nosso Deus, o Senhor é um”. A Bíblia insiste na unidade de Deus mais do que em qualquer outra coisa. Deus é a Rocha das Idades, a integridade em pessoa. E, no entanto, esse mesmo ser combina diversas personalidades. Mera unidade (caráter penas) ou mera multiplicidade (personalidade apenas) seriam bem mais fáceis. Mas ele é ambas as coisas e assim a imagem do humano que dele deriva (O HOMEM) exige ambas as coisas.
É estranho dizer isso, mas Deus não e nenhum santo. Muitas objeções podem ser feitas a seu respeito e já houve várias tentativas de melhorá-lo (as crenças assim fazem). Muitas coisas que a Bíblia diz a seu respeito raramente são pregadas no púlpito porque, se examinadas mais de perto, seriam um escândalo. Mas, mesmo que só parte da Bíblia seja ativamente pregada, nenhuma de suas partes é contestada. Em qualquer página da Bíblia, Deus continua sendo o que sempre foi: o original da FÉ de nossos pais, cuja imagem ainda vive dentro de nós como um ideal secular difícil, mas dinâmico. A originalidade de Deus é contagiante e o seu amor pelo HOMEM nos faz, através deste, conhece-lo, isto é, através do HOMEM podemos conhecer DEUS.


segunda-feira, 18 de março de 2013

A GRAÇA E O CONHECIMENTO


"Antes crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A Ele seja dada a glória, assim agora, como até o dia da eternidade". (2Pe 3.18)
O cristão é um ser humano em desenvolvimento. Alguém usava uma camiseta onde estava escrito:
"Tenha paciência porque ainda estou em construção".
É; estamos em construção. O crente em nosso Senhor Jesus Cristo tem que agradecer diariamente a graça de Deus e de Seu Filho, e ir penetrando mais e mais além do véu do santuário.
Sim. A graça e o conhecimento têm como sua fonte a pessoa de Cristo Jesus. Pedro, o apóstolo, nos adverte a crescer "na graça e no conhecimento" do Senhor, e o faz no mesmo espírito que levou Paulo a dizer "seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo" e "o Senhor vos faça crescer e abundar em amor uns para com os outros e para com todos."
A experiência da santificação está relacionada ao crescimento cristão, e é, mesmo, um desafio ao crescimento na sabedoria, no conhecimento, na experiência e na graça.
A GRAÇA
A graça de Deus, Seu amor que não merecemos, faz-nos o que somos. Ela é Deus em operação no nosso ser. É impressionante que todas as religiões começam com o ser humano buscando seu(s) deus(es). Assim no animismo, no candomblé, no hinduismo, etc. Mas o evangelho de Cristo começa com Deus buscando a pessoa humana. Só temos que examinar o testemunho da Sua Palavra:
"Nisto se manifesta o amor de Deus para conosco: em que Deus enviou seu Filho unigênito ao mundo, par que por meio dele vivamos. Nisto está o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que Ele nos amou a nós, e enviou seu Filho como propiciação pelos nossos pecados. Nós amamos, porque Ele nos amou primeiro".
A graça de Deus escolheu os patriarcas: Noé, Abraão, Jacó, José, Moisés. Escolheu os profetas: Isaías, Jeremias, Ezequiel, Daniel, Amós (7.14,15). Jesus Cristo escolheu os apóstolos (Mt 10.10; Mc 3.13; Lc 6.13; 9.1; 2Co 12.9); escolheu os seus santos (Rm 1.7; 1Co 1.2: Ef 1.1,2). A Bíblia é a história da graça de Deus, e Deus Pai é o Deus de toda graça (1Pe 5.10), como o Espírito Santo é o Espírito da graça (Zc 12.10), e Jesus Cristo é a Palavra de Deus cheia de "graça e de verdade"(Jo 1,14).
Mas a graça de Jesus Cristo, na qual somos encorajados a crescer, não é uma graça barata, graça de liquidação. Não é a pregação do perdão sem arrependimento, do batismo sem discipulado, da comunhão sem confissão. Porque graça barata é a graça sem cruz, que dispensa o Calvário e sem Jesus Cristo ressuscitado!
Não! Pela graça há uma nova relação com Deus, uma nova obediência. E afirmar Efésios 2.8 ("Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus) é sinônimo de confiança no valor da obra salvadora de Deus.
A graça se reflete em três aspectos: a já mencionada salvação pela graça, a segurança por meio da graça e a graça como regra de conduta. A graça salvadora é mais que simples amor porque é amor que liberta, que torna o salvo triunfante sobre o juízo final (leia Jo 3.18); é o amor sem limites e livre de Deus pelo perdido. A segurança pela graça significa que Deus guarda os seus (leia Jo 10.27-29; Rm 8.35-39; Jo 6.37,39). Como regra de vida significa que devemos crescer nela pela transformação segundo a imagem de Cristo, o que é produzido em nós pelo poder do Espírito Santo (leia 2Co 3.18). E então surge em nossa vida um novo senso de responsabilidade por nossas atitudes, de propriedade por nossas ações, de alegria por estar vivo e ativo no reino de Deus; novo sentido de esperança para o futuro, e, por isso, celebramos a graça, maravilhosa graça, abundante graça, extraordinária graça que nos dá salvação, vida e alegria!
O CONHECIMENTO
O "conhecimento de Cristo" pode ser uma de duas coisas, ou as duas; um conhecimento acerca de Jesus Cristo (cf. 2Pe 1.5,6), ou/e um conhecimento pessoal de Cristo, um encontro com Ele como Salvador pessoal, um contato constante com Ele.
Então, qual o Cristo que você conhece? O Cristo morto da teologia popular brasileira? Mostrando a uns amigos americanos um templo antigo da Igreja Majoritária, ao lado do espanto, misto de admiração pelos painéis folheados a ouro, altares rebuscados, tive um repentino susto ao ver debaixo de um dos altares um cadáver num caixão. Olhando melhor, observei que era uma imagem em tamanho natural representando o Cristo defunto tão ao gosto de certa forma de religiosidade. São expressões de um folheto de cordel:
"Vendo Jesus Cristo morto
Ao pé da cruz se sentaram
5.000 e 5 chagas
Encontrou no corpo dele.
5.000 e doze espinhos
A Virgem retirou dele.
5.000 gramas de sangue
Fazem cortina pra ele.
Aos mãos estavam furadas,
Os ossos desconjuntados,
Despido de suas vestes
Os dois pés finos cravados,
O peito rasgado à lança.
Os dois olhos fechados".
Qual o Cristo que você conhece? O Cristo distante? O Cristo do Corcovado, dos Altos do Cruzeiro (praticamente toda cidade do interior, e algumas capitais como Salvador, Rio de Janeiro, Recife têm um morro para onde se vai em romaria, subindo, por vezes, de joelho a escadaria numa autêntica demonstração de "salvação pelas obras"). O Cristo metafísico, longe de nós?
Qual o Cristo que você conhece? O Cristo-que-não-inspira-respeito? Das músicas profanas e piadas pretensamente jocosas?
Qual o Cristo que você conhece? O Cristo docético, pálido, ausente da vida diária; cuja natureza humana e deformada, ou substituido por um orixá?
Qual o Cristo que você conhece? O Cristo-Oxalá, filho unigênito do Pai Olorum?
O Cristo Senhor de Maitreya do movimento "Nova Era"?
O Cristo-só-homem? Grande filósofo? Grande mestre?
O irmão está pensando, "Pastor, eu sou crente, sou salvo!" Volto a lhe perguntar, meu irmão, qual o Cristo que você conhece? O Cristo sem poder, inerte, que nega a palavra profética de que o Espírito do Senhor está sobre Ele, e O ungiu para anunciar boas novas, proclamar libertação, restauração, por um fim à opressão, e proclamar o ano das bênçãos, da graça, o ano aceitável do Senhor (cf. Lc 4.17-21; Is 61.1ss)?
Qual o Cristo que você conhece? O Cristo existencialista de Bultmann? O Cristo revolucionário, parazelote, de Cullmann, dos teólogos da libertação, das categorias políticas? Ou o Cristo servo-sofredor dos profetas, o Cristo da esperança de todo o Novo Testamento?
Num dos seus iluminados livros, o Pr. A. W. Tozer ensina que há graus de conhecimento das realidades divinas. E, fazendo um paralelo com o templo de Jerusalém, explica dizendo que o primeiro deles é o grau da razão que se refere ao pátio do templo, ao ar livre e recebendo a luz natural. Verdade é que tudo era divino, mas a qualidade do conhecimento se tornava mais sublime à medida que o adorador deixava o átrio, a parte de fora do templo, e ia se aproximando do Santo dos Santos onde estava a arca. O segundo grau é o da fé correspondendo ao lugar Santo. É aquele que penetra na fé da criação divina do Universo, crê na Trindade Divina, crê que Deus é amor, e que Jesus Cristo morreu por nós, ressuscitou, e está ao lado do Pai. O mais elevado é o da experiência espiritual: é o Santo dos Santos, o conhecimento mais puro. Em João 14.21, Jesus disse,
"Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele."
E Paulo fala de sua experiência no Espírito com as seguintes expressões:
"É necessário gloriar-me, embora não convenha; mas passarei a visões e revelações do Senhor. Conheço um homem em Cristo que há catorze anos (se no corpo não sei, se fora do corpo não sei; Deus o sabe) foi arrebatado até o terceiro céu. Sim, conheço o tal homem (se no corpo, se fora do corpo, não sei: Deus o sabe), que foi arrebatado ao paraíso, e ouviu palavras inefáveis, as quais não é lícito ao homem referir." (2Co 12.1-4)
Essa é a bem-aventurança maior: entrar pelo véu rasgado no lugar Santíssimo.
Tendo pois, irmãos, ousadia para entrarmos no santíssimo lugar , pelo sangue de Jesus, pelo caminho que Ele nos inaugurou, caminho novo e vivo, através do véu, isto é, da sua carne, e tendo um grande sacerdote sobre a casa de Deus, cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé; tendo o coração purificado de má consciência, e o corpo lavado com água limpa, retenhamos inabalável a confissão da nossa esperança, porque fiel é aquele que fez a promessa." (Hb 10.19-23).
O CRESCIMENTO
O alvo do crente em Jesus Cristo é crescer. Crescer na graça (2Pe 3.18), crescer no conhecimento (Cl 1.10), crescer na fé (1Ts 1.3), crescer na sabedoria (Pv 1.5), crescer em tudo (Ef 4.15).
Em Êxodo 33.13. Moisés faz um pedido ousado a Deus: "rogo-te que agora me mostres os teus caminhos, para que eu te conheça". O Senhor, então, assegura que irá com ele (cf. V. 14). No verso 18, ele faz um pedido ainda mais ousado "Rogo-te que me mostres a tua glória". E, com isso, Moisés nos ensina que não podemos ficar com menos.
Crescer como cristão, na fé, na graça e no conhecimento é uma construção do Espírito de Deus. É o Espírito Santo o grande operário de Deus em nosso próprio espírito.
Ora, as pessoas sensíveis à vida espiritual desejam ser mudadas para melhor. Pois o evangelho tem uma proposta radical: é preciso morrer! Morrer para o passado e nascer para uma nova vida:

"Porque morreste, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus": (Cl 3.3; cf. Rm 6.2,7ss; Cl 2.13; 1Co 15.31,36; Ef 4.24).
Então, virão os sinais de crescimento: a paz, a alegria, a esperança, a segurança, a gratidão, o serviço (cf. Rm 14.17; Jo 14.27; Rm 5.5; 1Pe 1.3; 1Jo 5.12,13; Lc 24.53; Rm 12.1).
Por que crescer espiritualmente? Porque nosso Deus o espera. Pelo Espírito, entramos na nova vida em Cristo; pelo Espírito, vemos em Jesus a revelação de Deus, e então nos entregamos a Ele, e Seu Espírito toma conta de nós e faz a obra, "porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado" (Rm 5.5). É preciso crescer espiritualmente porque nossa utilidade no reino de Deus o exige, decorrendo daí um interesse profundo na Causa de Cristo, e a participação ativa no reino. É preciso crescer espiritualmente para evitar a advertência de Paulo em 1Tm 1.5-7.
No entanto, se alguma dificuldade há, ponha-a diante de Deus em oração, e faça certas perguntas: quem ordena crescer? Não é o pastor, mas o próprio Deus. Em quem devo crer? Em Jesus Cristo. Mas não pergunte, "como posso crer?" Pois diante de tantas graças, bênçãos e maravilhas, pergunte "Como poderia deixar de crer?" E, então, submeta-se!
Pedro termina a carta como a começara (cf. 1.2), e como a vida cristã é vida de desenvolvimento, crescimento e rumo à maturidade, ao lado da ordem de Pedro está o encorajamento de Paulo,
"... esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo pelo prêmio da vocação celestial de Deus em Cristo Jesus" não esquecendo o profeta Oséias: "Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor..." (6. 3). Amém.

terça-feira, 12 de março de 2013




Carlos Justino Terena, conseguiu o que para muitos antropólogos é impossível: tornou-se evangélico sem deixar de ser índio. Integrante de uma das principais nações indígenas do Brasil, os Terenas, ele faz parte de um povo bem evangelizado. Dos quase 18 mil indivíduos da etnia, que vivem em aldeias ne região de Aquidauana (MS), quase todos são crentes. Os índios que ainda não se converteram conhecem o evangelho, quer dizer foram evangelizados. Prósperos se comparados a outras tribos que vivem praticamente na miséria, os Terenas se destacam pela organização e modo de vida. Segundo Carlos Terena, nas suas aldeias não existe fome e todos trabalham. "Tem gente que diz que somos mais sabidos que os Xavantes ou os Caiapós, por exemplo. Mas a grande diferença foi a chegada do evangelho.
O fenômeno de tão expressiva conversão ao cristianismo, sem paralelo em nenhum outro dos aproximadamente 250 povos indígenas brasileiros, tem origem centenária, Mais precisamente, em 1905, quando chegaram às terras dos Terenas os primeiros missionários britânicos. Numa época em que não se falava em treinamento transcultural ou princípios antropológicos, o sucesso da missão pioneira que levou praticamente toda tribo aos pés de Cristo, pode ser explicado como um milagre, como conta Carlos Terena: "Meu tataravô, que era pajé da aldeia, recebeu uma revelação sobrenatural de que o nosso povo deveria seguir os ensinos dos missionários brancos que viriam". A fascinante história, que atravessa as gerações, esta sendo contada por ele em um livro.
Hoje o povo terena tem igreja própria, liderança local e até um seminário teológico voltado entre outras coisas ao evangelismo entre os indígenas. Ao contrário do que se pensa, diz Carlos Terena, não é fácil um índio evangelizar outro índio: "como somos de nações e tribos diferentes, trata-se de uma missão transcultural". Apesar disso, enfatiza, é um erro levar o índio ao abandono de sua tradição cultural. Para ele a fé cristã não descaracteriza a natureza do indígena se pregada e assimilada de forma consciente.
Transcrito da Revista Eclésia, edição 102

segunda-feira, 4 de março de 2013


A Família no plano de Deus
"Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que edificam… Salmo 127.1

È Possível A palavra casa, neste verso não tem um significado físico, mas sim uma o de uma "casa–família", isto è, um lugar de comunhão, composto de vários membros, ligados por um relacionamento entre pais e filhos, marido e esposa. A presença de Deus, como construtor, no seio da família, è de real importância, porque não se pode haver uma felicidade duradoura sem uma ajuda constante de Deus. A prioridade absoluta afim que a "casa-família" possa no tempo, manter o amor, a unidade e a prosperidade, não depende só das condições econômicas ou da capacidade humana em administra-la, mas sim do ensinamento dos princípios fundamentais bíblicos e da presença de Deus. Pode parecer impossível, porém esta è uma realidade: as vezes alguém quer que Deus opere em sua vida, sem que esta mesma operação seja extensiva à sua casa, mas, Deus quer abençoar-nos individualmente mas muito mais coletivamente. Vivemos em um mundo, onde o matrimonio não è considerado mais como instituição divina, e as pessoas vêm a família apenas como instituição social, com propósitos e finalidades egoístas e sem sérios compromissos, podendo iniciar e findar em qualquer tempo, esquecendo-se das profundas feridas que permanecerão abertas até o fim das vidas envolvidas. A família faz parte do plano de Deus para o homem. Deus formou a família no jardim do Éden e fez com que o primeiro casal tivesse alegria, e mais, o privilégio de gerar e criar filhos. O profeta Malaquias (2:15) reafirma um dos propósitos de Deus na família: a procriação de filhos piedosos que temem e obedecem ao Senhor. Através do Antigo Testamento, e de modo especial em Deuteronômio, Deus orienta seu povo a respeito de como os pais devem educar, instruir e guiar os seus filhos A família è uma das boas dádivas de Deus. A vida familiar pode e deve ser como um paraíso na terra. Deus há fez assim. È possível! O segredo do sucesso è simples: obedecer a Deus e seguir as suas instruções. Não esquecendo do Sl. 119.105 "Lâmpada para os meus pés è a tua palavra, e luz para o meu caminho".
A família deve viver diariamente momentos de comunhão, proporcionando aos seus membros:
1° Formação física: através da convivência, dos bons exemplos, è que se desenvolve o corpo a personalidade e o caráter, harmoniosamente. A família alem de alimentar o corpo, deve alimentar também a alma.
2° Informação: Os valores morais e espirituais são passados aos filhos e estes lhes servem para o desenvolvimento da vida, valores que são eternos.
3° Dialogo: è essencial conversar sobre os ideais, sobre os anseios e tristezas, vitórias e alegrias, as experiências do dia a dia, vida escolar, profissional, o que se vê e o que se ouve, tem no lar o melhor ambiente para serem analisados, sempre com muito temor a Deus.
4° Troca de experiências: não só os filhos devem aprenderem com os pais, mas também os pais com os filhos as experiências vividas no dia a dia, selecionando-as, e aplicando-as para o bem estar de todos.
5° Momentos de lazer e recordações: a família precisa gozar juntos, dos momentos de passeios e recordações, de passagens familiares que não podem ser esquecidos, conservando assim a sua própria história.
6° Ensino sobre a fé: são momentos de comunhão com Deus, onde Ele è exaltado e o nome de Jesus è proclamado. Cânticos, orações e estudos bíblicos, em família, enriquece a todos.
Sabemos que muitas são as barreiras encontradas na vida familiar: o corre-corre do dia a dia, filhos abandonados ao seu próprio destino, desvalorização da convivência familiar, o egoísmo, a interferência da televisão e outros meios de comunicação, o consumimos, a perda dos conceitos divinos estabelecidos para a família, etc.
Mas, com tudo isto, nós, cristãos somos chamados a fazer do nosso lar, um lugar onde o Espírito Santo tenha a primazia em nossas vidas, e que todos os membros da família trabalhe pela felicidade um do outro, harmoniosamente, agradando a Deus e vivendo melhor, è possível!
 http://evangepaulo.blogspot.com.br/

sábado, 2 de março de 2013


Vocês conseguem compreender o amor de Deus?
 
Na cidade de Chicago, numa noite fria, escura, havia uma forte névoa.
Um garotinho estava vendendo jornais na esquina, as pessoas estavam fugindo do frio.
O garotinho estava com tanto frio que ele não poderia ficar vendendo
jornais. Ele caminhou até um policial e disse:
- Senhor, saberia me dizer onde um pobre garoto poderia encontrar um
lugar quente para dormir esta noite? Sabe, eu durmo em uma caixa na esquina
logo abaixo e o frio é terrível à noite. Como seria bom eu ter um lugar
quente para ficar.
O policial olhou para o garotinho e disse:
- Você desce a rua até aquela grande casa branca e bata na porta.
Quando alguém vier abrir a porta você apenas diz "João 3:16", eles deixarão
você entrar.
Então o garotinho caminhou até a casa e bateu na porta e uma senhora o
atendeu.
Ele olhou para ela e disse:
- "João 3:16".
A senhora disse:
- Entre, filho. Ela o levou para dentro da casa e o sentou numa poltrona
em frente a uma grande lareira, e se retirou. Ele ficou ali sentado e pensou
"João 3:16. Eu não entendi isto, mas isto é certo que aquece um menino que
sentia frio."
Mais tarde a senhora voltou e perguntou-lhe:
- Você está com fome?
Ele respondeu:
- Bem, um pouco. Eu não como há alguns dias. A senhora o levou até
a cozinha e sentou-o numa mesa cheia de comida. Ele comeu até não poder
mais.
Então ele pensou: "João 3:16... Eu não entendi isto, mas isto é certo que
sacia a fome de um menino."
Ela o levou até o banheiro onde tinha uma enorme banheira cheia de água
quente e ele entrou na banheira e molhou-se.
Ainda molhado, ele pensou, "João 3:16... É certo que eu não entendi isto,
mas isto fez um menino sujo, limpo.
Você sabe, eu nunca tinha tido um banho de verdade em toda a
minha vida. O único banho que eu tive foi quando eu fiquei em frente a um
grande hidrante de incêndio que estava esguichando água.
"A senhora o levou até o quarto e o colocou em uma grande cama antiga
e cobriu-o com um cobertor até o seu pescoço, deu-lhe um beijo de boa noite
e apagou as luzes. Assim que ficou no escuro e olhou para a janela, a neve
começou a cair naquela noite fria e ele pensou: "João 3:16...
Eu não entendi isto, mas isto fez com que um menino cansado, descansasse."
Na manhã seguinte, a senhora voltou até o quarto e o levou para a mesma
mesa cheia de comida. Depois que ele comeu, ela o levou de novo para mesma
poltrona em frente à lareira e pegou uma Bíblia grande e sentou em frente a
ele.
Ela o olhou e perguntou:
- Você entendeu João 3:16?
Ele disse:
- Não, senhora. A primeira vez que eu ouvi foi na noite passada quando
um policial disse-me para usar isto.
Ela abriu a Bíblia em João 3:16, e começou a explicar para ele sobre Jesus.
Ali mesmo em frente à grande lareira, ele deu seu coração e vida para Jesus.
Ele sentou e pensou, "João 3:16. Eu não entendi isto, mas isto faz um
menino perdido ser salvo.
"Você sabe, eu tenho que te confessar, eu não posso
entender, como Deus enviou seu próprio Filho
para morrer por mim, e como Jesus concordou em fazer tal coisa? Eu não
entendi isto, mas é certo que isto faz a vida valer a pena.

(Autor desconhecido)

João 3:16-18
 - 16. Porque Deus amou tanto o mundo, que deu seu único Filho, e
aquele que acredita nele não morrerá, mas terá vida eterna.
- 17. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o
mundo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele.
- 18. Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está
julgado, porque ele não acreditou no nome do único verdadeiro
Filho de Deus.
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