Pão Diário

terça-feira, 19 de junho de 2012


A Viva Esperança
Pr. Sérgio Dario Costa Silva
“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que,
segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma
viva esperança,
mediante a ressurreição de Jesus Cristo
dentre os mortos.” 1Pe 1.3
Dentre as diversas palavras enfatizadas nos escritos bíblicos, a palavra esperança
possui significado e importância tal para a vida cristã que não pode ser aquilatada. Sua
relevância está no fato de fazer a diferença na forma como enfrentamos as diversas
situações da vida cotidiana, visto que a viva esperança tranqüiliza o coração ansioso. O
conceito de esperança vai sendo ampliado quando se analisa seu valor, tanto no Antigo
quanto no Novo Testamento.
No prisma veterotestamentário, a esperança está extremamente ligada à confiança e,
com base nesta confiança, Israel podia dizer: “Senhor, tu és minha esperança”. Israel
confiava em Deus, portanto, tinha esperança, crendo na sua fidelidade para com a aliança,
pois, quando não se tem confiança, não há esperança. A confiança leva os israelitas a
esperarem pelo nome de Adonai, pela salvação, pelo perdão, pelas conquistas, enfim, leva o
povo a esperar por uma ação divina e a base dessa espera está no pacto. Portanto, para
Israel, Deus não era apenas o objeto de sua esperança, mas também a realização e a própria
segurança e garantia de que aquilo que se espera se concretizará, visto que Deus é fiel e zela
pela sua palavra.
No prisma neotestamentário, esperança tem um significado mais abrangente, sendo
uma parte intrínseca para a vida cristã, junto com a fé. A esperança está interligada à fé,
sendo que a ausência de um compromete a eficácia do outro. Não há esperança sem fé e,
da mesma forma, a fé sem a esperança se torna frívola e vazia. A esperança não é de caráter
egocêntrico, pois está centralizada em Cristo, sendo uma expectativa confiante e segura das
promessas salvíficas. A grandeza das promessas de Deus motiva o cristão a manter viva sua
esperança e suas expectativas, o que se manifesta em uma caminhada perseverante e
confiante, rumo às promessas de Deus.
Nos escritos petrinos, em particular, esperança tem um papel fundamental à luz do
contexto de seus leitores, que enfrentavam pressões externas e internas que eram
verdadeiras ameaças para a práxis cristã. De um lado, as perseguições e, de outro, os falsos
mestres que atormentavam a igreja; neste contexto, Pedro enfatiza uma vida cristã baseada
na fé e na esperança, a fim de capacitar os crentes a enfrentarem o sofrimento e as
perseguições.
Diante disso, conclui-se que a viva esperança é uma espera responsável e não
implica em inatividade, pelo contrário, é uma espera que impulsiona, que tira da inércia e
que motiva. A esperança revela o grau da confiança que se tem em Deus, como também as
expectativas dEle, pois não basta se dizer que tem esperança, tem de haver atitudes que
provam que realmente há uma viva esperança.
Aquele que tem uma viva esperança não permite que suas convicções cristãs sejam
abaladas pelas circunstâncias da vida presente. Portanto, não deixa sua esperança morrer.

domingo, 17 de junho de 2012

A BÊNÇÃO DO LIVRO DE ESTER




A BÊNÇÃO DO LIVRO DE ESTER
http://evangepaulo.blogspot.com.br/
"Quantas vezes reclamamos por um pneu furado, sem saber que pode ser
a ação de Deus para nos proteger de algo pior. Quantas reclamações
por chaves perdidas, doenças e coisas que até parecem ruins no
momento, mas logo descobrimos que foram para nosso bem..." Aproveite,
e depois compartilhe com alguém especial que precisa ser lembrado que
nada à vista de Deus acontece por acaso, especialmente para aqueles
que O amam e estão determinados a serví-Lo.
No primeiro capítulo do pequeno livro de Ester nem se fala na própria
Ester. Apenas relata-se um acontecimento entre o rei Assuero e rainha
Vasti. Uma festa no palácio, o rei festejando com os príncipes e
servos, e Vasti em outra sala festejando com as mulheres. Bebam à
vontade! - dizia o rei - tem vinho real em abundância!
Depois de quatro dias de festa o rei já estava com o pé redondo, cara
cheia, ou embriagado, para os mais cultos. Ou melhor ainda, com
coração alegre do vinho, como cita a Bíblia.
Como em toda festa que tem álcool, o resultado sempre tende a ser
desastroso, o rei começa a se exibir. Vamos imaginar a cena:
- Mulher é aquilo que eu tenho em casa! O resto é conversa! - Pede
pra este povo que está aí sem fazer nada (eunucos) trazer minha
esposa, para eu mostrar pra galera o que é mulher de verdade! - Bota
uma roupa decente, hein! Não se esqueça da coroa.
Com certeza não foram estas palavras. Mas podemos imaginar que para
uma pessoa bêbada, não deve ter sido muito diferente disto.
A rainha Vasti, porém, recusou a atender à ordem do rei, pelo que o
rei muito se enfureceu. O rei deve ter ficado com a cara no chão.
Então perguntou aos "sábios” o que fazer, e obteve a seguinte
resposta:
- Olha, majestade, o que sua esposa fez foi muito feio, e sem falar
que ela deu um testemunho horrível! Já imaginou o que nossas esposas
vão pensar? Não vai ter mulher neste reino que vai obedecer ao seu
marido.Se eu fosse vossa excelência, dava uma lição na rainha, para
servir de exemplo para todas as mulheres. Vossa excelência nunca mais
deveria olhar para esta mulher e deveria encontrar outra que seja
melhor do que ela para ser a nova rainha.
E assim fez o rei...
E cadê a Ester nesta história?
É ai que vem a melhor parte! Ester nem em sonho imaginava o que
estava acontecendo no palácio. Ela estava levando sua vida junto ao
primo Mordecai, pois seus pais tinham morrido e o primo a havia
adotado. Ester era esbelta e formosa. Devia ser daquelas que paravam
o trânsito de camelos na época.
O que devemos atentar aqui é o fato de duas histórias estarem
acontecendo ao mesmo tempo: a órfã Ester de um lado, e os bochichos
no palácio do outro.
Mas desde a antiguidade já se via e ouvia falar de um Deus que
trabalha enquanto dormimos. Um Deus que conhece nosso passado,
trabalha com o nosso presente e prepara-nos um futuro de paz e
esperança.
Nem Ester e nem o rei imaginavam o que estava por vir, mas O Guarda
de Israel, aquele que não dormita, estava atento e já preparava a
salvação de seu povo, assim como fez com a cruz, a qual preparou
antes mesmo da fundação do mundo.
E agora exatamente neste minuto, eu não sei o que está acontecendo ao
meu redor. Existe ou vai existir uma trama para acabar com o meu povo
ou comigo? Está para acontecer outra catástrofe como o ataque às
Torres Gêmeas em 11 de setembro? Outra onda gigante? Quem saberá
responder?
Não precisamos desta resposta quando sabemos em quem temos crido,
quando podemos crer no amanhã. Deus já está lá preparando tudo para
que seus filhos cheguem em segurança, senão ele não teria dito “vou
lhes preparar um lugar”.
Assim como Ester, vivemos nossas vidas sem saber o que está
acontecendo no oculto. Mas Aquele ao quais todas as coisas estão nuas
e patentes diante de Seus olhos sabe, conhece aqueles que intentam
mal contra seus filhos, e os livra.
Voltando a história: Passando a ressaca do rei, ele se lembrou que
estava sem rainha e mandou promover um concurso de beleza onde ele
elegeria a mais nova rainha.
Como Ester era formosa, os guardas a levaram junto com outras
donzelas para o palácio. Mas Ester não revelou de qual povo
pertencia, a pedido de seu primo.
Ester teve tratamento vip no palácio, pois Deus sempre abre as portas
quando é propósito dEle, assim como fez com Daniel e seus amigos, e
com José no Egito.
Logo chegou o grande dia da escolha. Adivinha!
E o rei amou a Ester mais do que a todas as mulheres, e ela alcançou
graça e favor diante dele mais do que todas as virgens; de sorte que
lhe pôs sobre a cabeça a coroa real, e a fez rainha em lugar de
Vasti. (Ester 2:17).
Creio que temos aqui nesta situação algo implícito que podemos
aproveitar. Deus não tira alguém do anonimato e coloca junto aos
príncipes só para agradar a carne. Mas podemos ter certeza que é para
cumprir um propósito dEle.
Mas o que Ester não sabia é que ela tinha um inimigo cujo nome era
Hamã. Ele não era inimigo direto dela, mas sim de todo o povo
escolhido, assim como nosso inimigo hoje.
Hamã odiava Mordecai, o primo de Ester, por ele não inclinar-se
perante ele. E isto não é nada diferente do nosso inimigo atual, que
desejou que nosso Mestre se prostrasse diante de seus pés, e nos
odeia quando não nos prostramos diante dele através das coisas deste
mundo.
Hamã elaborou um plano diabólico para destruir o povo de Deus. Mas
como sempre, Deus já havia antecipado em preparar a provisão para o
Seu povo. Deus tirou o sono do rei durante a noite, para que ele
lesse o livro das crônicas e achasse o nome de Mordecai, primo de
Ester, e descobrisse que estava em dívida para com ele, pois Mordecai
tinha salvado a vida do rei em outras épocas.
Como nós somos pretensiosos para com os planos de Deus, às vezes
esperamos que a salvação virá através de um anjo com espada
flamejante, ou fogo do céu. Mas um detalhe que poderia passar
despercebido por todos, pode mostrar as ações de Deus. Não é à toa
que Ele nos exorta em Is.55:8 "Porque os meus pensamentos não são os
vossos pensamentos,os meus pensamentos mais altos do que os vossos".
Seria porque Ele é Deus e nós não?

Quantas vezes reclamamos por um pneu furado, sem saber que pode ser a
ação de Deus para nos proteger de algo pior. Quantas reclamações por
chaves perdidas, doenças e coisas que até parecem ruins no momento,
mas logo descobrimos que foram para nosso bem. Quem não tem uma
história deste tipo, que levante e atire a primeira pedra da
incredulidade! Não é por acaso que a palavra nos exorta a dar graças
em tudo.
Devemos nos lembrar que Ele já está lá. E sendo um Deus bom, não
podemos esperar nada que não seja bom, proveniente da sua divina
bondade, sua benignidade eterna. Devemos nos prostrar com os rostos
no chão e pedir perdão ao nosso Pai por muitas vezes duvidar disto
com as nossas reclamações.
Ester uniu-se com o primo para proteger seu povo. Quantas bênçãos
encontraram quando protegemos e cuidamos do povo de Deus, o nosso
povo! “Apascenta minhas ovelhas”, foi o pedido de nosso Mestre para
demonstrarmos nosso amor para com Ele.
- “Quem sabe se não foi para um momento como este que você chegou à
posição de rainha?” Embora o nome de Deus não seja mencionado em todo
o livro de Ester, a presença do Senhor está evidente na fé de
Mordecai e no seu reconhecimento de que ela chegou no palácio com um
propósito.
Olho para onde me encontro neste momento e faço esta pergunta a mim
mesmo: Quem sabe não foi para um propósito maior do que eu possa
imaginar, que Deus me colocou neste lugar ou nesta situação?
Para o filho remido que deseja fazer a vontade do Pai, não tem hora e
nem lugar. Sabe que, se está respirando, tem projeto de Deus para sua
vida; nunca coloca a benção acima do abençoador, mas procura usar a
benção para ser abençoador.
Ao final deste livro temos como resultado o inimigo humilhado, os
filhos sendo usados para a salvação de um povo, e um povo festejando
a vitória sobre o inimigo e a salvação.
Que receita maravilhosa! Como é magnífica a escritura! Como relata a
realidade do povo eleito e escolhido pelo nosso Maravilhoso Deus!
Posso ir para cama hoje e dormir o sono dos justos. Amanhã é outro
dia e meu Pai já terá passado por lá e preparado o caminho. Estará
comigo amanhã, como está agora e esteve ontem. Este é o tipo de coisa
que somente um filho pode entender. Coisa que para o mundo é ilógico,
mas por ser ilógico é que necessita de fé. De fé em fé lá vamos nós!
Nosso Pai é soberano, tem o controle de todas as coisas. Não me
preocupo se tem alguém tramando o mal contra mim. Não tenho controle
sobre todas as coisas. Na realidade, não tenho controle sobre nada!
Por isto descanso no meu Senhor. Quem impedirá o Seu agir?
 As coisas ocultas pertencem a Deus. Eu tenho paz, a
verdadeira paz. Sabe por quê?
A resposta esta aqui: "Tu conservarás em paz aquele cuja mente está
firme em ti; porque ele confia em ti". (Is 26:3)
Eu bem sei em quem tenho crido. Aleluia!

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Presente Diário


Barnabé
Atos 4.36-37
Ele era um homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé; e muitas pessoas foram acrescentadas ao Senhor (At 11.24).Barnabé é daqueles homens de fé de que pouco ouvimos falar. Alguém cujo nome não está no título de nenhum livro bíblico, e cuja história é narrada em alguns poucos versículos da Bíblia. Barnabé era um judeu pertencente à tribo de Levi, que fora destinada ao sacerdócio de Deus. Havia, porém, nascido na ilha de Chipre, um local de cultura grega. O nome de nascimento dele era José - por que então o chamaram Barnabé?Esse “apelido” significa filho da consolação. Bar=filho e nábe=Consolar, animar e exortar eram tarefas essenciais na vida dos apóstolos de Jesus. No entanto, para Barnabé, consolar era um dom que ele exercia com muita alegria e desprendimento. Era visto como um homem bom, em quem o Espírito de Deus habitava plenamente e que demonstrava fé no Senhor Jesus Cristo.Na língua grega consolar significa literalmente “chamar de lado”. O consolador coloca-se ao lado de outra pessoa para auxiliá-la naquilo que pode edificar sua vida.Consolar significa mais do que dizer palavras bonitas, floreios, versos decorados. Consolar é colocar-se ao lado de quem sofre. Não é ser simpático, é ser empático, isto é, dispor-se a sentir a mesma dor que o outro sente. Quem consola não precisa falar, precisa antes estar ao lado, disposto a abraçar, amar, servir, orar e, se a ocasião permitir, compartilhar algo da Palavra de Deus.Em alguns momentos, a consolação terá o caráter de exortação. Colocar-se ao lado de quem está errado implica ajudá-lo a ver seus erros e reconduzi-lo ao caminho da verdade. O objetivo é sempre levantar o que está caído, ajudá-lo em sua angústia e firmá-lo para que prossiga a sua caminhada junto ao Senhor Jesus.Muitas pessoas foram acrescentadas ao Senhor por meio da consolação que Barnabé ofereceu. Quando alguém estiver sofrendo ao seu lado, seja qual for o motivo, estenda sua mão e ofereça o consolo do Senhor. O abraço com o amor de Deus vale mais do que muitos discursos bonitos.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

A FÉ CRISTÃ ENTRE OS INDIOS



Carlos Justino Terena, conseguiu o que para muitos antropólogos é impossível: tornou-se evangélico sem deixar de ser índio. Integrante de uma das principais nações indígenas do Brasil, os Terenas, ele faz parte de um povo bem evangelizado. Dos quase 18 mil indivíduos da etnia, que vivem em aldeias ne região de Aquidauana (MS), quase todos são crentes. Os índios que ainda não se converteram conhecem o evangelho, quer dizer foram evangelizados. Prósperos se comparados a outras tribos que vivem praticamente na miséria, os Terenas se destacam pela organização e modo de vida. Segundo Carlos Terena, nas suas aldeias não existe fome e todos trabalham. "Tem gente que diz que somos mais sabidos que os Xavantes ou os Caiapós, por exemplo. Mas a grande diferença foi a chegada do evangelho.
O fenômeno de tão expressiva conversão ao cristianismo, sem paralelo em nenhum outro dos aproximadamente 250 povos indígenas brasileiros, tem origem centenária, Mais precisamente, em 1905, quando chegaram às terras dos Terenas os primeiros missionários britânicos. Numa época em que não se falava em treinamento transcultural ou princípios antropológicos, o sucesso da missão pioneira que levou praticamente toda tribo aos pés de Cristo, pode ser explicado como um milagre, como conta Carlos Terena: "Meu tataravô, que era pajé da aldeia, recebeu uma revelação sobrenatural de que o nosso povo deveria seguir os ensinos dos missionários brancos que viriam". A fascinante história, que atravessa as gerações, esta sendo contada por ele em um livro.
Hoje o povo terena tem igreja própria, liderança local e até um seminário teológico voltado entre outras coisas ao evangelismo entre os indígenas. Ao contrário do que se pensa, diz Carlos Terena, não é fácil um índio evangelizar outro índio: "como somos de nações e tribos diferentes, trata-se de uma missão transcultural". Apesar disso, enfatiza, é um erro levar o índio ao abandono de sua tradição cultural. Para ele a fé cristã não descaracteriza a natureza do indígena se pregada e assimilada de forma consciente.
Transcrito da Revista Eclésia, edição 102